sexta-feira, 19 de julho de 2013

Saindo sem o bebê

Nota: Odeio chegar aqui tendo que me desculpar por uma nova ausência, ou como comentou a Flávia um segundo chá de sumiço. Infelizmente é tudo o que posso fazer, então vou resumir:
- Meu computador resolveu não ligar mais, e hoje por gentileza do Caio estou usando o notebook dele.
- Minha ajudante, companheira de fé, tia Maria teve apendicite e ficou afastada, sem a ajuda dela durante a manhã ficou difícil usar horas de sono na madrugada para escrever, mas ela já voltou e está recuperada :)
Agora vamos ao que interessa!

Bom, a primeira vez que uma mãe sai sem o seu bebê é como um segundo parto, com a diferença que a separação física é ainda maior e mais desconfortável, além de angustiante. Você passa 9 meses com aquele serzinho na barriga e sente como se ele fizesse parte de você, daí vem o parto e vocês se separam, e agora não são mais um só. Então você se reencontra com aquele pedaço de você, passa a se sentir completa e não quer se separar dele nunca mais. Se ele não estar dentro de você já é estranho, imagina então quando ele está longe?
A primeiríssima vez que saí sem o Enzo foi em uma ocasião de muita tristeza, para ir ao velório de uma amiga muito querida, ele tinha apenas um mês e mamava muito, tive que ir entre uma mamada e outra, e ainda não pude estar presente no enterro. Acontece que uma experiência desconfortável se tornou horrível, nem preciso entrar em detalhes para se conceber a mente de alguém que acabara de se tornar mãe e que foi obrigada a lembrar que as pessoas morrem, inclusive as mais queridas e as mais jovens também. Depois disso foi difícil eu querer sair sem o Enzo, mas numa segunda ocasião fui receber um amigo recém chegado dos EUA numa manhã fria, e naquele cenário da perda recente de uma amiga, o que mais queríamos era nos abraçar, então eu fui, mas não fiquei mais que uma hora. E depois disso, houveram algumas idas de cinco minutos à padaria, à conveniência, aquelas coisas que a gente nem acha que é sair de casa, até ter um bebê.
Eis que, mês passado, eu tive um compromisso super importante: o casamento da minha cunhada. Que além de importante por si só, eu ainda era madrinha. Além de ser um evento longo, seria em outra cidade e a óbvia primeira reação foi "vamos levá-lo". Acontece que duas semanas antes do casamento fomos à um aniversário com ele e provavelmente de lá (não dá para ter certeza), ele saiu resfriado, tossia muito, engasgava, enfim, um sofrimento. Após considerarmos a recente recuperação dele, o frio, o desgaste, resolvemos que ele não iria no casamento e ficaria com a minha mãe em casa. Para isso, passei a semana ordenhando leite para ser oferecido de preferência no copinho (mas na hora do desespero até mamadeira a avó ofereceu), e também para o caso de uma emergência tinha uma lata de leite artificial, pouco usada de quando ele saiu da maternidade. Antes de sair ele mamou e então partimos, a viagem para Rio Preto pareceu mais longa do que de costume, durante a cerimônia não consegui parar de pensar nele, a festa foi ótima e ao mesmo tempo angustiante, e a viagem de volta parecia que nunca ia terminar. Mas tenho que admitir que enquanto a minha "parte mãe" se remoía por dentro, a minha "parte mulher" se divertiu horrores. Tomei 2 goles de vinho lambrusco que amo, e um pouquinho do champagne do brinde aos noivos, comi comida de casamento (incluindo docinhos maravilhos de chocolate) e dancei horrores. Sério, amo dançar e era o que eu mais sentia falta da minha vida "não-mãe", então se teve uma coisa que eu fiz foi dançar.
Aí vão as fotos:
Look da noite! Hahaha

Noivos lindos, e meu sobrinho lindíssimo!

Madrinhas :)

Make feito por mim (hahah pobreza) e cabelo Sandro Hair

Sogrão!

Começando a perder a linha...

Ele simpático de copo na mão, e eu simpática de tanto descer até o chão haahaha

Voltando...
Não foi fácil deixa-lo, foram muitas horas longe do meu bebê e a todo momento eu pensava nele, me preocupava, ligava. Não estou aqui para ser hipócrita, também não sou do tipo que mente, então a verdade é que ele sofreu sim. Ele não gosta de chupeta, nem mesmo de mamadeira (o desespero da avó foi recusado), ele gosta mesmo é do peito da mãe e como diz o popular ele usa de chupeta (ainda faço post sobre isso, não concordo com o termo, prefiro "necessidade de sugar"), e quando ele viu que não tinha o que ele queria (mesmo tendo alimento) ele fez o que ele quase nunca faz, chorou e muito. Mesmo assim, continuava esbanjando seu bom humor com seus famosos sorrisos, a noite até rendeu uma bela foto tirada pela minha mãe.
Bagunçando com a vovó

Quanto a mim, sendo sincera novamente, por um lado eu gostei sim, tive uma sensação de liberdade, pude me acabar de dançar como sempre gostei e há muito não fazia. Se eu faria novamente? Não, é fato que eu me diverti, mas não gosto de ideia de ter sido as custas do sofrimento dele. Por enquanto ele mama exclusivamente, e daqui uns dias vou começar a introdução alimentar, quem sabe como vai ser daqui a uns meses ou até mesmo depois que ele fizer um ano? Provavelmente vai ser mais tranquilo e ainda terei muito tempo para me divertir sem ele, então o que mais quero por enquanto é curtir essa fase de dependência me divertindo com ele.